sexta-feira

Sentir


Depressão, eu sinto que nela existo,
Depressão, eu sei que em mim abita,
Depressão, eu a vejo em minha alma,
Depressão, que não desconheço.

Sonhar, eu já até sonhei,
Quis que um dia torná-la real.
Mas a realidade era fatal,
Sonhar com um futuro melhor.
Apenas não adiantava,
Temos que correr atrás do indefinido.

Olho para trás,
Tento me recordar de coisas boas.
Mas o meu passado é negro,
E com essa negritude que eu me atrevo,
A viver para esquecer.
De algo que um dia foi real e que contribuiu,
Ao que sou hoje, ao que me tornei agora.

Sentada na escada, olhando para o céu,
Vendo as nuvens passar, uma por uma.
Assim eu vi como é curta e dolorosa vida,
A triste vida.

A depressão se instalou,
Encontra-se dentro de mim.
Eu vi com os meus próprios olhos,
A dor de ter um sonho e ele não ser realizado.
Fez-me ver que nem tudo é verdadeiro,
Nem tudo é alcançado.

Hoje vejo o certo,
Vejo que nem tudo que é almejado é conquistado.
Vê a solidão de cada individuo.
Que nem o mundo escapa da podridão que nele abita.
Vejo que a sombra que está naquela parede,
É apenas o que posso dizer de mim.
Vejo o buraco que brota em minha alma,
Que é fundo e cresce a cada segundo.
Olho e sinto a maldade da humanidade,
Creio que o mundo está se tornando,
Um lugar sujo e triste de se viver.
O imaginável está acontecendo,
E é nesse mundo que eu vivo.
A depressão é o fim do fim,
Que é o fim que está em mim.

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